sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Centro de Rendeiras do Iguape, Ceará




 Centro de Rendas do Iguape - Ceará
O Portal Messejana visitou o Centro de Rendeiras do Iguape e mostra várias fotografias dos excelentes trabalhados ali produzidos e comercializados. Na oportunidade as rendeiras ficaram curiosas pelo fato de estarem sendo "fotografadas para a Internet" e mostraram suas habilidades com seus bilros para toda a equipe e para os turistas presentes no local.

Um visual belíssimo, muita arte e criatividade. É o que se pode ver no Centro de Rendeiras Mirian Mota, na praia do Iguape, Ceará, município de Aquiraz. Colorido atraente, dedicação e paciência com os bilros (ferramentas utilizadas para a confecção da renda) é o que se conhece ao visitar esse ponto artesanal, com muita arte em pequenos fios entrelaçados.

Rendeiras do Iguape e da Prainha

Na Prainha e no Iguape, as rendeiras estão organizadas em associações na tentativa de ver seu trabalho chegar mais longe e ganhar mais valor, contribuindo para melhorar o ganho mensal. O Centro das Rendeiras da Prainha tem 43 artesãs. No Iguape, são 54, reunidas no Centro das Rendeiras Miriam Porto Mota. Mas, há muito mais artesãos espalhadas pelas duas praias.

A venda das peças ainda é feita diante do freguês, embora o apoio oficial venha contribuindo para que as trabalhadoras ganhem os mercados interno e internacional. Mas, o caminho é longo. Ainda são poucas as grandes encomendas de peças. Elas também enfrentam os atravessadores e quem leva os turistas aos pontos de venda. Têm que dar comissão.
 
Na praia do Iguape elas se reúnem no Centro das Rendeiras, erguido à beira-mar. O número de visitante não é o esperado. Falta divulgação. Ali, as rendeiras dão um show de criatividade e cores. Agora, que as férias estão chegando, estamos esperando os visitantes com muita coisa bonita pra mostrar. Os preços variam de R$ 2 até R$ 1.200,00. O Centro fica aberto das 9 às 17 horas, diariamente.

Artesanato cearense

No artesanato do Ceará, a renda alcança sua excelência em pequenos vilarejos praianos, onde há concentração de pescadores, como o município de Aquiraz, a cerca de 30 quilômetros de Fortaleza. O trabalho é daqueles ofícios tradicionais e hereditários, passados de mãe para filha há gerações.

Mulheres trabalham também no centro das rendeiras da Prainha, no município de Aquiraz. São quase todas filhas de pescadores e mães rendeiras. Existe um grupo de 134 mulheres-rendeiras divididas nos dois centros de rendas de Aquiraz: o de Prainha, com 80 artesãs, e o de Iguape, com 54.

O trabalho desenvolvido nos dois pólos rendeiros é bastante similar, o que os distingue é a linha utilizada: mais fina (na Prainha) ou mais grossa, como a de crochê (de Iguape).

Bilro e labirinto

Os nomes dados aos diferentes tipos de renda são definidos de acordo com os instrumentos utilizados para sua confecção; são eles que conferem aos tecidos um ou outro desenho. O bilro é uma pequena haste de madeira, que é acoplada a uma semente de buriti (planta da família das palmeiras) em uma ponta e envolta em linha na outra. A renda é criada com o manusear dos bilros, jogados de um lado para outro pelas mãos ágeis das rendeiras. A renda de bilro é tradicional no município de Aquiraz, no Ceará.

As rendeiras do Iguape

Em Iguape, as rendeiras oferecem também cursos com as técnicas do bilro e de labirinto. Elas são doces e têm mãos de fada. Há quem acredite que sua arte tenha nascido do simples observar do beijo das ondas nas areias. A rendeira teria querido imitar a cena da natureza na textura e desenho de seu trabalho.

Diz o ditado popular que "onde há rede, tem renda". A bem da verdade, a esposa do pescador é, geralmente, uma rendeira e esbanja habilidade nas mãos e criatividade. Ante a vida difícil, a mulher lança mão dessa habilidade para reforçar a renda familiar.

Contam os historiadores que a renda foi trazida para o Brasil pelas mulheres portuguesas, sobretudo as açorianas. O fato é que ganhou seu espaço no Ceará, sobretudo à beira-mar, entre mulheres simples. Na Prainha e na praia do Iguape, em Aquiraz, tornou-se parte do cotidiano e eternizou-se, passando de mãe para filha.

Na visita às rendeiras, o turista se depara com grandes ou pequenas almofadas sempre à frente delas, que lançam um sorriso largo e voltam ao trabalho. A renda é a vida dessas mulheres. Um desenho feito em papel está posto sobre as almofadas, crivado de furos, onde se espetam alfinetes. Com as mãos hábeis, as rendeiras tramam os fios, os alfinetes mudam de posição. A linha é enrolada em bilros de madeira.

Em pouco tempo e após muitos dias remexendo os bilros, dependendo da peça desejada, as rendas se apresentam nas mais variadas formas, algumas mais simples, outras mais elaboradas. Peças para cama, mesa e banho e moda praia são maioria. O turista leva as peças mundo afora. A mulher simples faz sucesso, conquista reconhecimento, mas a vida segue o mesmo ritmo.


Ao retornar para Fortaleza o turista pode desfrutar ainda das famosas tapiocas, no Centro das Tapiocas e do Artesanato localizado em Messejana, na Av. Washington Soares / CE-040. Também chamado de “Shopping das Tapiocas” é conhecido em todo o Brasil e figura como ponto indispensável de visitação e degustação de tapiocas e outros quitutes, além do artesanato cearense. A matéria do Top-100 do Portal Messejana está também em Vídeos neste site e também no Youtube do Portal Messejana.



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