terça-feira, 28 de abril de 2015

A falência da saúde pública no Ceará e no Brasil


Somos um país de primeiro mundo em que?   
 
Não se admite que em um país em que seus governantes afirmam ser de primeiro mundo ter a saúde pública em tão mau estado! Estamos na realidade em um quarto mundo ou para lá disso. O tratamento dado às pessoas que necessitam de atendimento nos postos de saúde, hospitais, unidades de pronto atendimento e atendimento de urgência está piorando a cada ano.

Basta verificar as filas existentes em tais locais, intermináveis, e as condições dos atendimentos, nos quais quase sempre existem poucos médicos, pessoas de enfermagem, de apoio, além de falta de material de apoio e principalmente de medicamentos.

A Dengue

Em uma situação atual os casos de dengue aumentam, além de outras enfermidades como o sarampo e outras... Não são admissíveis as epidemias de dengue e as poucas providências adotadas pelas autoridades. Atualmente, com dados do dia 24 de abril, existem 239 pacientes em corredores de emergências de cinco hospitais de Fortaleza. Foi até criado um sistema chamado de “corredômetro” para atualizar o problema diariamente.

Situação na Grande Messejana

No Ceará os números de Dengue apontam 1.241 casos confirmados apenas em uma semana, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde. Com isso são 5.889 casos registrados em 2015. Na chamada Grande Messejana, uma área da Secretaria Regional VI, os problemas enfrentados pelas comunidades são os mesmos. Há grande deficiência na área de saúde local. Nenhuma providência foi relatada referente à prevenção da dengue. Há terrenos baldios abandonados, muitos esgotos a céu aberto e muito lixo, que formam um conjunto apropriado para o desenvolvimento do mosquito da dengue.

E quem precisa de consultas ou exames nos hospitais públicos postos de saúde?

Verdadeiramente vexatória é a situação daquelas pessoas que buscam os hospitais públicos ou postos de saúde em busca de soluções para seus problemas de saúde. O que acontece? Chegam essas pessoas nos postos de saúde e, quando têm muita sorte conseguem agendar uma consulta para três meses! Nos casos mais extremos, quando essas pessoas possuem um diagnóstico de uma moléstia que necessita de tratamento de urgência, como um câncer ou algo similar, o problema se torna ainda mais grave tendo em vista que a marcação do início para os tratamentos nunca respeitam os limites de urgência que os casos requerem.

Os maiores problemas são: falta de medicamentos nos postos de saúde, a longa espera por consultas. Nos Frotinhas e Gonzaguinhas a falta de pessoal e as reformas que nunca acabam. Em outros hospitais, de maior complexidade, o cancelamento de cirurgias e a superlotação que levou ontem, 27 de abril, 367 pacientes a serem atendidos em corredores. Conforme os profissionais da área de saúde os programas governamentais para a área estão sem estrutura redundando em uma “via-crucis” para a população.

Carência de leitos em hospitais e atendimentos nos corredores

Quase a totalidade dos hospitais públicos sofre com a falta de leitos para atender os pacientes. As causas são as mais variadas, atrasos e falta de recursos e superlotação. As cidades interioranas, como possuem problemas ainda maiores, encaminham os casos mais graves para as capitais, na esperança de que os pacientes consigam atendimento. Na realidade essas cidades deveriam atender os principais casos médicos e resolver prontamente os problemas, pelo menos os mais simples. Mas como não conseguem a solução é enviar as pessoas para os centros mais avançados através de ambulâncias. E desse modo, como não há capacidade de atendimento, ficam as pessoas esperando vagas em corredores, em condições muitas vezes humilhantes para um ser humano.

Falta de investimento em áreas não prioritárias

Em nosso entendimento o maior problema consiste na falta de investimento dos governos, de uma forma generalizada, em áreas prioritárias. Como assim? O que teria mais prioridade, uma Copa do Mundo, na qual além de ter perdido, o país ficou endividado, obteve pouco lucro ou até mesmo prejuízo com a construção superfaturada de muitas arenas de futebol e agora, com obras restantes ainda a fazer se encontram sem utilização. São os chamados “elefantes brancos”. Eis o legado da Copa!  

Inversão de prioridades

O governo brasileiro priorizou a Copa do Mundo e deixou a Saúde e outras áreas essenciais em segundo plano, como a Segurança Pública, a Educação... E agora o país se prepara para as Olimpíadas de 2016! Continua sem aprender o significado da palavra PRIORIDADE e isso é lamentável.

Que providências estão sendo tomadas?

Entre a corrupção, as discussões e a lentidão dos políticos para aprovar as reformas necessárias para corrigir os rumos do Brasil continuamos sem saber direito o que o governo deseja.

No final do mês de abril o país praticamente ainda não começou o ano!

Disputa pelos Ministérios, pelo poder, pelos cargos. Preocupação dos políticos em aumentar seus próprios salários e outras benesses, aumento dos fundos partidários e mais nada.


Enquanto outras economias andam no trem-bala nós estamos andando de jumento. E os problemas se avolumam!   

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