As estatísticas
mostram um absurdo, no que diz respeito à quantidade de mortes no Estado do
Ceará em apenas um ano: 58 mil pessoas, conforme dados
oficiais. Assim, com este
número espantoso e que coloca totalmente em questão a segurança pública no
Estado, o que mais impressiona é a falta de atitudes do poder público no sentido
de melhorar a situação e colocar a sociedade em um patamar pelo menos aceitável
de segurança. Há uma verdadeira “guerra” contra a sociedade, que vive em
situação de risco constante. Vale dizer que tudo isso acontece enquanto o país
está praticamente inerte, ao longo do ano, e as autoridades preocupadas em
defender seus interesses. Umas na manutenção dos cargos e outras se defendendo
de acusações de corrupção de tudo que é jeito.
No Ceará, em apenas 1
ano, o número de mortes foi igual ao da Guerra do Vietnã, em 10 anos!
É isso mesmo que você
leu. 10 mil soldados americanos perderam a vida na Guerra do Vietnã, um conflito
armado ocorrido no Sudeste Asiático que durou dez anos. Número igual ao de
pessoas que perderam a vida no Ceará em apenas um ano. Dá para suportar um
absurdo desses?
O Estado não
proporciona Segurança e o Estatuto do Desarmamento impede o cidadão de se
defender, esta que é a verdade.
Quando este tema é
abordado surgem aqueles que apóiam o desarmamento da população. No entanto a
quantidade de armas que é apreendida revela que a maioria não é constituída de
armamentos adquiridos por cidadãos do bem e sim aqueles em controle de bandidos,
de quadrilhas, contrabandeados, armas com alto poder de fogo e de destruição,
utilizada pelos marginais.
Com a limitação e
dificuldades impostas aos cidadãos de bem para possuírem armas em suas casas, em
seus veículos, em suas empresas, torna-se uma verdadeira “brincadeira” para os
meliantes, que contam para isso uma grande falta de estrutura policial, leis
brandas (inclusive com os menores de idade) e ainda, por cima de tudo, um
sistema prisional completamente falido, que não recupera o preso e sim
possibilita alguns presidiários novatos a se tornarem experientes na arte do
crime, com o convívio obtido na prisão. De acordo com o quadro atual de situação
a criminalidade age com muita desenvoltura em todas as esferas do crime, do
tráfico de drogas, contrabando etc.
Como vivem as pessoas
hoje em dia no Ceará e no Brasil?
Vamos observar alguns
aspectos, extremamente negativos:
As pessoas vivem
atormentadas, inseguras, com toda a gama de delitos que ocorre em diferentes
áreas. Quando vai sacar uma quantia em algum banco pode ser assaltada ou
assassinada friamente por golpistas. As próprias agências bancárias são vítimas
de explosões, a maioria nas cidades interioranas, dado à fragilidade de sua
segurança e do policiamento existente.
Depois disso a
quantidade de assaltos, de homicídios, quando centenas de pessoas (uma média de
160 por dia) são mortas em ações criminosas. O cidadão ou cidadã, independente
da idade que tenha, pensa muito em se arriscar a sair de casa. E com um telefone
celular ou algo que possa despertar ainda mais a violência da marginalidade.
Nos sinais de
trânsito a tensão aumenta, pois quando parados os motoristas são alvos cada vez
mais fáceis de assaltos, com o risco também de perderem suas vidas, totalmente à
mercê dos assaltantes.
O cidadão ou cidadã
não sai de casa hoje com tranquilidade. Vários aspectos o impedem disso
(trânsito caótico, falta de acessibilidade, estacionamentos em calçadas), mas o
principal está no medo de serem assaltados. As mães ficam sobressaltadas quando
seus filhos vão ao colégio, pelo excesso de violência no dia a dia.
E os crimes
praticados através da internet ou golpes por telefone?
Como se não bastasse
isso tudo há outra faceta da criminalidade: os golpes praticados por via digital
(e-mails que você recebe de marginais, solicitando que você cadastre seus dados
bancários sob falso pretexto de atualizações cadastrais); as ligações com os
falsos sequestros, o envio de programas espiões de computador através de e-mails
para subtrair os dados dos usuários. Todos de difícil controle.
E nas residências,
condomínios, casas, o que se vê?
Verdadeiras
fortalezas são construídas para tentar fazer o que é obrigação do Estado.
Propiciar a Segurança Pública, que deixa a população totalmente vulnerável.
Assim os proprietários contratam empresas de segurança para monitorar suas
residências, diga-se de passagem, aqueles que possuem poder aquisitivo para tal;
e prosseguem na defesa de seu patrimônio de todas as maneiras: contratam seguros
para os veículos, para suas residências e outros bens; instalam cercas elétricas
no alto de muros que bem mais parecem de presídios, apenas com uma diferença: os
criminosos estão fora deles! Câmeras de vigilância são instaladas em variados
tipos de circuitos fechados de televisão (CFTV), com o objetivo de inibir a ação
de criminosos. Colocam blindagem em seus carros, alarmes antifurtos, mas nada
muda. E se para quem possui condições para se defender um pouco imagine a
situação de quem não pode? Daquele que apenas tenta sobreviver com seus baixos
salários e não conseguem nem imaginar uma possibilidade de defesa?
Em alguns países, bem
mais civilizados, não existem cercas que separam as casas. Mas neles existem
leis que são cumpridas, o que faz com que a população saber (e nela aqueles que
pensam em se aventurar no mundo do crime) saber que ao cometerem delitos irão
enfrentar uma polícia atuante, que investiga e prende os que desrespeitam as
leis, que investiga e leva para a cadeia os delinqüentes. Além disso, possuem
como base uma legislação forte e respeitada, uma Constituição que é cumprida.
O destemor da
criminalidade é de assustar
Para se ter uma ideia
há casos em que comerciantes instalam câmeras de segurança em seus
estabelecimentos e elas são furtadas pelos marginais, certamente para
revendê-las em um mercado paralelo ou para instalá-las em suas áreas para
protegê-los da polícia, o que já foi constatado em programas de televisão. A
própria polícia, conhecedora da situação, de vez em quando orienta, através de
seus agentes, para que a população evite usar celulares, relógios, além de
permanecerem paradas na espera de transportes públicos. Motoristas de táxi
também são vítimas de assaltos e muitas vezes mortos após serem roubados. Até as
farmácias, postos de gasolina, se tornaram locais perigosos, dada à quantidade
de ações delituosas, crimes, assassinatos, ocorridos em suas dependências.
Os menores
delinquentes, protegidos por uma legislação específica, são utilizados em todas
as práticas delituosas exatamente porque se sentem intocáveis. A polícia, quando
os apreende, fica desencorajada a fazê-lo outras vezes porque logo são
liberados.
A população se vê
inteiramente desassistida. E o que mais impressiona é ver autoridades afirmarem
que “os índices de criminalidade baixaram” de um ano para outro, ao se referir,
por exemplo, que em vez de 58 mil pessoas por ano houve um decréscimo de 10 por
cento, como se isso fosse suficiente.
O “crime organizado”
é realmente organizado!
Como é fácil notar e
é importante que se diga os marginais são espertos e usam essa esperteza para o
mal. Observam as limitações do poder público, especificamente das polícias e a
fragilidade que tudo isso representa. E assim aumentam o número de ações, cada
vez mais audaciosas, na certeza de que dificilmente vão ser descobertos. E mesmo
se o forem os menores de idade quase nada vão sofrer, a legislação branda vai
soltar outros assassinos para que voltem a cometer mais mortes e assim o quadro
se complica cada vez mais, infelizmente.
A quem apelar?
Com uma situação
crítica que vem de cima para baixo em praticamente todos os setores não há quase
o que se fazer. Aos políticos brasileiros, que em sua maioria estão
engalfinhados em suas lutas por mais cargos e benesses, caberia uma solução para
a mudança dos códigos penais, imputando maiores penas e maior rigor na lei. Mas
não o fazem e quando tentam fazê-lo, conseguem apenas modificar alguma coisa
timidamente.
Soluções?
Sim! O Brasil precisa de um governo forte, limpo e coerente, com
força moral para cobrar medidas rápidas de seus ministros e de um Congresso
Nacional comprometido com a sociedade e não com as negociatas entre cargos e
legendas, em um verdadeiro troca-troca do quem ganha mais, enquanto a população
perde sempre. Tudo de uma maneira exemplar, do modo que cada político saiba que
agir de forma ilícita dará cadeia mesmo e não acabará nas intermináveis pizzas
que nos são apresentadas há muitos anos. E acima tudo o país precisa de ações
efetivas de segurança e de mudanças radicais na legislação penal, dentre outras.
Sem isso nossos jovens jamais encontrarão um país moralizado, decente.